Embora não acredite que o motivo do desligamento do cabo seja homofobia, o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de segurança pública, admite que um homossexual na função de comando poderia ser muito complicado em razão da cultura da organização. "Não estou dizendo que é certo, mas cultura militar é machista por natureza", comenta.
Associação da Parada GLBT considera retrocesso o desligamento da Academia do Barro Branco de policial homossexual que passou na Fuvest.
Cristina Christiano
Diário SP
A Associação da Parada do Orgulho GLBT classifica de "vergonhosa" a atitude da Polícia Militar de desligar, da Academia do Barro Branco, o cabo Cláudio Rogério Rodrigues da Silva, que se declara homossexual. "Ao mesmo tempo em que o governo do estado avança nas medidas para a comunidade gay ter seus direitos reconhecidos, ele se esquece da lição de casa e retrocede, contrariando o que fala", afirma Pierre Freitaz, diretor da entidade.
Em nenhum momento a PM diz que o motivo do desligamento é homofobia. A alegação é de que Cláudio Rogério teria agido "de má-fé" ao omitir ter passado por investigação preliminar em 2005.
Na ocasião, o cabo discutiu com um PM no trem por ter empurrado a perna do policial, que dormia, para sentar-se. A atitude foi interpretada como carícia e o bate-boca acabou na delegacia. Porém, não houve registro da ocorrência.
Os dois estavam de roupas civis e não se conheciam. Prestaram depoimento na Corregedoria e o caso foi arquivado. Cláudio Rogério, que entrou na PM em 2002 e tem ficha exemplar, afirma não ter sido informado de que aquilo era uma investigação preliminar.
"Se eles não usaram esse argumento antes, já que o cabo está na corporação desde 2002, construiu uma história, uma carreira, por que mencionar agora? Será que agiriam da mesma forma com um heterossexual?", indaga Freitaz.
"Isso é discriminação velada, porque jamais a PM vai admitir a homofobia", observa a advogada Maíra Coraci Diniz, do Núcleo de Combate à Discriminação da Defensoria Pública.
Ela compara a situação do cabo à do sargento do Exército Leci, que admitiu a homossexualidade em um programa de tevê e foi preso na porta da emissora. "A justificativa do Exército para a prisão foi acusá-lo de desertor", lembra. "Infelizmente, discriminação velada é muito difícil de provar", lamenta.
Em nenhum momento a PM diz que o motivo do desligamento é homofobia. A alegação é de que Cláudio Rogério teria agido "de má-fé" ao omitir ter passado por investigação preliminar em 2005.
Na ocasião, o cabo discutiu com um PM no trem por ter empurrado a perna do policial, que dormia, para sentar-se. A atitude foi interpretada como carícia e o bate-boca acabou na delegacia. Porém, não houve registro da ocorrência.
Os dois estavam de roupas civis e não se conheciam. Prestaram depoimento na Corregedoria e o caso foi arquivado. Cláudio Rogério, que entrou na PM em 2002 e tem ficha exemplar, afirma não ter sido informado de que aquilo era uma investigação preliminar.
"Se eles não usaram esse argumento antes, já que o cabo está na corporação desde 2002, construiu uma história, uma carreira, por que mencionar agora? Será que agiriam da mesma forma com um heterossexual?", indaga Freitaz.
"Isso é discriminação velada, porque jamais a PM vai admitir a homofobia", observa a advogada Maíra Coraci Diniz, do Núcleo de Combate à Discriminação da Defensoria Pública.
Ela compara a situação do cabo à do sargento do Exército Leci, que admitiu a homossexualidade em um programa de tevê e foi preso na porta da emissora. "A justificativa do Exército para a prisão foi acusá-lo de desertor", lembra. "Infelizmente, discriminação velada é muito difícil de provar", lamenta.
CULTURA MACHISTA / Embora não acredite que o motivo do desligamento do cabo seja homofobia, o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de segurança pública, admite que um homossexual na função de comando poderia ser muito complicado em razão da cultura da organização. "Não estou dizendo que é certo, mas cultura militar é machista por natureza", comenta.
Para o coronel, é provável que existam outros motivos. "A PM pode ter mostrado para o juiz e não para o cabo", diz. Segundo José Vicente, há mais de 40 anos a Polícia Militar realiza investigação social e, quando se trata de função mais relevante, o funil é muito mais exigente.
Em nota, a Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania diz que houve importante mudança na formação de oficiais da Academia do Barro Branco, com a inclusão na grade curricular do conteúdo diversidade sexual na disciplina direitos humanos. É uma iniciativa defendida pela Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual de São Paulo. E orienta: quem se sentir discriminado por sua orientação sexual pode denunciar na secretaria. Os fatos serão apurados pela Comissão Processante Especial.
Fonte: Diário de São Paulo
1 comentários:
Como se na PM não existisse nenhum gay fardado.É só o que tem, conheço um Major , que jajá vai ser Tenente Coronel e não tá nem aí.O negócio deles é não dizer.Não dizendo pode!
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