Na visão de leigo, fica parecendo que isto é um ponto positivo, mas, na visão de que conhece um pouco que seja do assunto, algumas observações merecem consideração:
1_ Para quem está destinando uma estrutura bem além do normal, que fica concentrada em apenas uma rua, a taxa deveria ser de 100% de redução, ou melhor, com a presença maciça da PM no lugar, deveriam zerar o número de furtos na Rua 25 de Março;
2_ Enquanto ficam concentrados em um só local, utilizando viaturas, armas, efetivo e equipamentos que poderiam estar equitativamente distribuídos por todo o centro da cidade, as demais regiões, as outras mais de 1.000.000 de ruas, continuam com problemas de insegurança para serem resolvidos;
3_ Por ser uma das regiões mais populares, dignas de inúmeras reportagem e palco de turismo, fica parecendo que a Polícia Militar agiu como oportunista, fazendo uma jogada de marketing, ocupando a maior vitrine da cidade, e nela mostrando um trabalho diferenciado, aparentemente eficiente. Contudo, quando lembramos que a função da Polícia Militar não é só cuidar de apenas uma rua, concluímos que seria utopia pensar que a metodologia poderia ser aplicada em escala geral, ou pelo menos, nas regiões mais carentes da metrópole.
De qualquer maneira, não custa ler abaixo o que escreveu a revista Veja São Paulo:
Polícia afugenta ambulantes e faz a taxa de furtos cair na 25 de Março
Uma lei aprovada pela Câmara Municipal no ano passado permitiu que soldados e oficiais patrulhassem, em seus períodos de folga, áreas tomadas por ambulantes
Por Sara Duarte | 17/03/2010
Cenário dos sonhos: regimento da Polícia Montada patrulha a região na última segunda
por Ligia Skowronski
Quem costuma ir à região da Rua 25 de Março para aproveitar as ofertas do maior centro comercial a céu aberto da América Latina está notando uma mudança no cenário. Para melhor. Boa parte dos camelôs que apinhavam as ruas desapareceu depois que policiais militares passaram a montar guarda por ali. Uma lei aprovada pela Câmara Municipal no fim de agosto do ano passado permitiu que soldados e oficiais patrulhassem, em seus períodos de folga, áreas tomadas por ambulantes. Para isso, recebem de 12,33 a 16,45 reais por hora, pagos pelo município. Com poder para apreender mercadorias e dar voz de prisão a suspeitos de crimes, eles têm conseguido coibir a ação tanto dos vendedores de rua quanto de ladrões.
A chamada Operação Delegada de Fiscalização do Comércio começou no último dia 2 de dezembro. Neste ano, estendeu-se para ruas do Brás e os largos da Concórdia e 13 de Maio. Entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009, foram registrados 1 078 furtos na região da 25. Já entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2010, esse número passou para 722. Uma queda de 33%. Diariamente, os policiais apreendem milhares de produtos falsificados ou de origem não comprovada, tais como DVDs, CDs, óculos de sol, tênis e equipamentos eletrônicos. “Em dias de grande movimento, chegamos a confiscar mercadoria suficiente para encher 400 sacos de lixo com capacidade para 100 litros cada um”, afirma o coronel Marcos Roberto Chaves, comandante do policiamento do centro.
Ligia Skowronski
Presença constante: 240 policiais trabalham em duplas e quatro viaturas ficam de prontidão das 7 às 21 horas
Na opinião do secretário municipal das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, a Operação Delegada resolve dois problemas: desestimula policiais militares a fazer bicos como segurança para comerciantes — o que contraria as regras da corporação — e torna mais efetivo o combate à pirataria. “Antes, a patrulha era feita pela Guarda Civil Metropolitana, que não tem armamento nem poder de polícia para confiscar mercadorias”, diz. “Com a presença da PM, os ladrões e ambulantes ilegais passaram a ter o que temer. E a prefeitura pôde deslocar os guardas municipais para outras regiões.”
Ligia Skowronski
Nem tudo é perfeito: camelôs ilegais ainda aparecem quando a PM vira as costas e comerciantes enchem as calçadas de lixo fora do horário de coleta
No total, mais de 750 policiais militares prestam serviço para a prefeitura. Só na região da 25 de Março atuam 240 PMs divididos em dois turnos. De dezembro para cá, o número de marreteiros ilegais baixou de 2 000 para cerca de 200 — há outros 274 camelôs com autorização da prefeitura para vender seus badulaques. “O número de ocorrências caiu e os clientes têm mais espaço para circular”, conta Marcelo Mouawad, dono de duas lojas de brinquedos e membro do conselho diretor da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco). “Isso tem se refletido em aumento nas vendas.” O secretário das Subprefeituras admite que o problema dos camelôs é de difícil solução, mas está confiante. “São Paulo é como uma bexiga cheia de água: quando você a aperta de um lado, o líquido escorre para outro”, compara Camargo. “Mas, de todas as experiências testadas pela administração municipal para combater o comércio irregular, o convênio com a PM foi a que apresentou os melhores resultados até agora.”
Como é a ação da PM
240 policiais patrulham a região
400 sacos com capacidade para 100 litros de mercadoria cada um chegam a ser apreendidos em dias de grande movimento
5 suspeitos, em média, são detidos por dia e levados ao 1º DP, na Rua da Glória, para averiguação
200 é o número de ambulantes irregulares na região, cerca de 10% do total do ano passadoFonte: Veja São Paulo
2 comentários:
Quem será o financiador da próxima campanha?
Nem dá para imaginar?
A revista veja só esqueceu de dizer que as viaturas da PM são recolhidas as companhias após a 24:00 hs para descanso dos policiais e que eles só retornam as 06:00 hs na R. 25 de Março para fazer o bico da prefeitura, e que o centro fica largado no periodo noturno e com os indices criminais aumentando.
A coisa só não está pior por que as viaturas da GCM coibem parte dos roubos no periodo das 24:00 às 06:00 hs.
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