A tragédia e a destruição de Paraitinga são incomensuráveis.
Não há como subestimá-las.
Porém, diante do que aconteceu no Rio e no Rio Grande do Sul, uma tragédia que pode ser reconstruída com mais rapidez.
O esforço concentrado em São Luiz do Paraitinga pode exibir resultados visíveis com rapidez.
Ninguém morreu com a tragédia de São Luiz do Paraitinga.
Há uma mulher desaparecida na zona rural da cidade onde não houve alagamento.
São Luiz do Paraitinga tem 10 mil habitantes.
A Zona Leste de São Paulo tem mais de 4 milhões de habitantes.
O Patrimônio Histórico tombou 90 prédios em São Luiz do Paraitinga.
Para se ter uma ideia, em Ouro Preto há 1500 edificações tombadas.
No Pelourinho 1000.
A prefeita de São Luiz do Paraitinga, Ana Lúcia, do PSDB, preside um Comitê de Bacias Hidrográficas.
De outubro de 2009 para cá, o Rio Paraitinga começou a subir com mais frequência e enchia o centro da cidade numa altura de 3 a 3,5 centímetros.
Ela percebeu que a situação se agravava e encomendou um estudo que agora se torna indispensável.
Além de limpar o leito do rio em São Luiz é preciso intervir nas áreas de Cunha e de Angra, onde as bacias começam a engrossar até chegar a Paraitinga.
Segundo depoimento dela, tão importante quanto alojar os dois mil desalojados e reconstruir o centro histórico, e plantar nas áreas onde havia casas que tem que ser destruídas, é investir na disciplina das bacias que irrigam a região.
Por que Serra veio a São Luiz do Paraitinga duas vezes e não foi nenhuma ao Jardim Romano, na Zona Leste ?
Por demagogia.
Mostrar a recuperação cosmética de São Luiz do Paraitinga poderá ser feito até a eleição de 2010.
Intervir no regime das bacias hidrográficas exige mais dinheiro, mais tempo e mais espírito público.
Assim como ele se apropriou das vacinas para a gripe A que o Governo Federal mandou para o Instituto Butantã – clique aqui para ler, ele criará uma “foto-oportunidade” para mostrar que ele salvou Paraitinga e sua história.
Isso acontecerá antes que ele pise no Jardim Romano e sinta o cheiro da sua inércia.
Paulo Henrique Amorim
Paulo Henrique Amorim
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