quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Como evitar reagir a um assalto quando, enquanto policial, fiz um juramento de defender a população?


Parece estar havendo uma inversão de valores ainda maior do que aquelas que sempre existiram.

Antigamente errado era roubar e matar. Hoje o errado passou a ser agir como policial.

Parece que inibem a capacidade de raciocínio de alguns intelectuais os fatos que ocorreram em São Caetano e hoje em Guarulhos, onde guardas estavam tentando remediar um crime que o Estado não conseguiu evitar, onde o principal vilão deveria ser o bandido, onde os policiais, de heróis, passaram a ser réus.

A imprensa e as ditas autoridades governamentais ignoram absolutamente a existência do verdadeiro criminoso, aquele que deu causa a todos esses fatos, ignoram que o Estado falhou em não atuar de forma preventiva, e passam a julgar o indefeso funcionário público que estava simplesmente buscando reparar um mal.

Não conseguem perceber que quem iniciou tudo isso foi um monstro, um marginal, um bandido!

O Guarda estava lá quieto, querendo encontrar sua família, procurando fazer a sua parte de bom moço na sociedade, foi tolhido de seu sossego, se viu diante de um perigo atual e de um risco iminente de ser morto. Viu também o medo das pessoas que o cercavam, viu armas sendo apontadas na direção de inocentes, viu gente honesta ter que entregar seus pertences a animais descontrolados e impiedosos. Agiu de acordo com as suas instruções, com o seu juramento de defender a pessoas indefesas que se encontravam em pleno perigo.

O Policial tem o dever de atuar quando está uniformizado, o mesmo quando está de folga. O que esperar de uma polícia, que de agora em diante, receberá instruções para não enfrentar o crime, receberá instruções para não combater os delitos?

Antigamente exigiam que policiais protegessem os inocentes, estando ou não em serviço. Hoje vejo autoridades dizendo que não mais devemos reagir quando estamos de folga. Tenho medo de que, no futuro, as ordens sejam para deixar de atuar sempre, inclusive, quando estiverem de serviço.


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