Mídia internacional segue destacando violência no Rio de Janeiro - Doze pessoas foram mortas, incluindo dois policiais - ZH 18/10/2009
A Associated Press e os websites da agência Reuters e do jornal The Christian Science Monitor lembraram que a cidade foi escolhida para sediar a Olimpíada de 2016 e também que nela serão realizados jogos da Copa do Mundo de 2014. A AP afirmou que o Rio é uma das cidades mais perigosas do mundo. A agência relatou que, apesar de a violência estar em boa parte contida nas favelas, ela "às vezes escapa para bairros praianos luxuosos e periodicamente fecha a via urbana que liga o aeroporto internacional a destinos turísticos". A violência "deixou partes da cidade brasileira parecendo uma zona de guerra, em um golpe para sua imagem duas semanas depois de ter sido escolhida sede da Olimpíada de 2016", disse a Reuters. Já o Christian Science Monitor observou que a escolha do Rio como sede dos jogos olímpicos pareceu "um novo começo para uma das cidades mais vibrantes, mas violentas, do mundo". No entanto, afirmou o jornal, os conflitos entre gangues e policiais estão levantando preocupações sobre a segurança durante os jogos.
A Associated Press e os websites da agência Reuters e do jornal The Christian Science Monitor lembraram que a cidade foi escolhida para sediar a Olimpíada de 2016 e também que nela serão realizados jogos da Copa do Mundo de 2014. A AP afirmou que o Rio é uma das cidades mais perigosas do mundo. A agência relatou que, apesar de a violência estar em boa parte contida nas favelas, ela "às vezes escapa para bairros praianos luxuosos e periodicamente fecha a via urbana que liga o aeroporto internacional a destinos turísticos". A violência "deixou partes da cidade brasileira parecendo uma zona de guerra, em um golpe para sua imagem duas semanas depois de ter sido escolhida sede da Olimpíada de 2016", disse a Reuters. Já o Christian Science Monitor observou que a escolha do Rio como sede dos jogos olímpicos pareceu "um novo começo para uma das cidades mais vibrantes, mas violentas, do mundo". No entanto, afirmou o jornal, os conflitos entre gangues e policiais estão levantando preocupações sobre a segurança durante os jogos.
A GUERRA DO RIO - O medo renasce - ZH de 19/10/2009
No começo do mês, um Rio de Janeiro de beleza, sol e alegria, filmado pelo cineasta Fernando Meirelles, encantou o Comitê Olímpico Internacional e assegurou a escolha da cidade para os jogos de 2016. Neste fim de semana, foram imagens de um Rio feito de desespero e morte que correram o mundo – o Rio em guerra de outro filme do mesmo Meirelles, o violento Cidade de Deus.
O sangue que correu no sábado e no domingo estancou a euforia que havia tomado a cidade desde sua escolha como sede da Olimpíada e levou o Brasil a encarar uma tragédia. Os mesmos cariocas que saíram às ruas para comemorar, duas semanas atrás, trancaram-se em suas casas, atemorizados. Lá fora, uma guerra acontecia. Traficantes rivais lutavam por territórios. A polícia pôs 4 mil homens na rua para uma batalha que durou todo o sábado e se estendeu até o domingo. O saldo foi a morte de pelo menos 16 pessoas e atentados contra 10 ônibus. No episódio mais trágico e surrealista do fim de semana de horror, um helicóptero da Polícia Militar foi abatido por artilharia pesada, matando dois ocupantes. O resultado da perícia ainda não saiu, mas o secretário da Segurança, José Beltrame, admite a chance de que um disparo de munição antiaérea tenha derrubado a aeronave.
– Tiro a gente ouve toda hora, mas ontem foi anormal. Parecia o Oriente Médio – definiu um morador, o aposentado Roberto César.
Os eventos do final de semana mostraram que a cidade que serve de orgulhoso cartão-postal do país é também a chaga aberta da nação, metade civilização, metade barbárie. A imprensa internacional reagiu de imediato aos fatos, ligando a guerra civil carioca à recente escolha como sede olímpica – e colocando sob suspeita a condição do Brasil de oferecer segurança durante o evento. O The New York Times, jornal mais influente dos Estados Unidos, fez os cálculos e lembrou ao mundo que os combates ocorreram a apenas oito quilômetros de futuros espaços olímpicos. (...)
No começo do mês, um Rio de Janeiro de beleza, sol e alegria, filmado pelo cineasta Fernando Meirelles, encantou o Comitê Olímpico Internacional e assegurou a escolha da cidade para os jogos de 2016. Neste fim de semana, foram imagens de um Rio feito de desespero e morte que correram o mundo – o Rio em guerra de outro filme do mesmo Meirelles, o violento Cidade de Deus.
O sangue que correu no sábado e no domingo estancou a euforia que havia tomado a cidade desde sua escolha como sede da Olimpíada e levou o Brasil a encarar uma tragédia. Os mesmos cariocas que saíram às ruas para comemorar, duas semanas atrás, trancaram-se em suas casas, atemorizados. Lá fora, uma guerra acontecia. Traficantes rivais lutavam por territórios. A polícia pôs 4 mil homens na rua para uma batalha que durou todo o sábado e se estendeu até o domingo. O saldo foi a morte de pelo menos 16 pessoas e atentados contra 10 ônibus. No episódio mais trágico e surrealista do fim de semana de horror, um helicóptero da Polícia Militar foi abatido por artilharia pesada, matando dois ocupantes. O resultado da perícia ainda não saiu, mas o secretário da Segurança, José Beltrame, admite a chance de que um disparo de munição antiaérea tenha derrubado a aeronave.
– Tiro a gente ouve toda hora, mas ontem foi anormal. Parecia o Oriente Médio – definiu um morador, o aposentado Roberto César.
Os eventos do final de semana mostraram que a cidade que serve de orgulhoso cartão-postal do país é também a chaga aberta da nação, metade civilização, metade barbárie. A imprensa internacional reagiu de imediato aos fatos, ligando a guerra civil carioca à recente escolha como sede olímpica – e colocando sob suspeita a condição do Brasil de oferecer segurança durante o evento. O The New York Times, jornal mais influente dos Estados Unidos, fez os cálculos e lembrou ao mundo que os combates ocorreram a apenas oito quilômetros de futuros espaços olímpicos. (...)
O terror do final de semana foi apenas mais um dos incontáveis afloramentos de violência extrema a que o Rio se habitou. A cidade vive um absurdo cotidiano, incorporado à paisagem, no qual criminosos com armamento digno de exércitos controlam áreas inteiras e provocam matanças periódicas, enquanto a população trata de levar sua vida de sempre, indo à praia e bebendo nos bares da Lapa. A capacidade de não ver a realidade, abalada apenas em circunstâncias extremas como as do final de semana, é o que mais choca forasteiros como Jon Lee Anderson, um dos jornalistas mais celebrados dos Estados Unidos, que acaba de publicar na revista The New Yorker reportagem sobre o domínio das facções criminosas no Rio. Em entrevista ao jornal O Globo, ele chamou a atenção para a cegueira coletiva.
– Acho que a situação do tráfico não é vista como uma calamidade nacional. E, no meu ponto de vista, é o que o Rio é: uma calamidade nacional. Há gangues fora de controle em muitos territórios. Isso é uma perversão da normalidade.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Wadih Damous, foi uma das vozes que se ergueram para denunciar o fenômeno detectado por Anderson. Ele afirmou não ser mais aceitável que a cidade tenha territórios demarcados por bandidos e cobrou investimentos em saúde, educação, emprego, saneamento básico e segurança pública nas áreas mais pobres – as que acabam nas mãos dos bandidos. Para o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, o Estado paralelo que governa parte da Cidade Maravilhosa “humilha, mata e explode os alicerces da República”.
Resta a esperança de que, se a humilhação não puder, ao menos o medo de não fazer feio na Copa e os Jogos Olímpicos produza uma mudança. O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que estão em andamento programas de prevenção que deixarão a cidade em melhores condições para ser sede dos eventos. Tarso ofereceu a intervenção ao Rio da Força Nacional de Segurança, mas o governo fluminense respondeu que não há necessidade.
BATALHAS DA GUERRA DO RIO
– Acho que a situação do tráfico não é vista como uma calamidade nacional. E, no meu ponto de vista, é o que o Rio é: uma calamidade nacional. Há gangues fora de controle em muitos territórios. Isso é uma perversão da normalidade.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Wadih Damous, foi uma das vozes que se ergueram para denunciar o fenômeno detectado por Anderson. Ele afirmou não ser mais aceitável que a cidade tenha territórios demarcados por bandidos e cobrou investimentos em saúde, educação, emprego, saneamento básico e segurança pública nas áreas mais pobres – as que acabam nas mãos dos bandidos. Para o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, o Estado paralelo que governa parte da Cidade Maravilhosa “humilha, mata e explode os alicerces da República”.
Resta a esperança de que, se a humilhação não puder, ao menos o medo de não fazer feio na Copa e os Jogos Olímpicos produza uma mudança. O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que estão em andamento programas de prevenção que deixarão a cidade em melhores condições para ser sede dos eventos. Tarso ofereceu a intervenção ao Rio da Força Nacional de Segurança, mas o governo fluminense respondeu que não há necessidade.
BATALHAS DA GUERRA DO RIO
JANEIRO DE 1981 - Revista Veja estampou na sua capa a manchete "A Guerra Civil do Rio", noticiando as duas mil execuções e o despoliciamento da cidade.
JUNHO DE 1988 - A Revista Veja, com o título "O Império do Crime", mostrou que o Rio continuava sangrento.
OUTUBRO DE 1994 - O Editorial de 30/10 do Jornal do Brasil fez uma análise contundente da situação do Rio dizendo que as pessoas criticavam a mídia por achar que estava denegrindo a imgem da cidade maravilhosa.
OUTUBRO DE 2002 - Na madrugada do dia 17, um grupo de criminosos ataca a tiros o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Também são alvejados uma delegacia e carros das polícias Militar e Civil. Os bandidos atiram ainda uma granada na entrada de um shopping na Zona Sul.
FEVEREIRO DE 2003 - Na véspera do Carnaval, traficantes espalham terror por 22 bairros do Rio de Janeiro e outras quatro cidades. Três bombas caseiras explodem na Avenida Vieira Souto. Um batalhão e uma cabine da PM são alvos. Em três dias de conflitos, 36 ônibus, oito carros e um caminhão são incendiados.
MARÇO DE 2005 - Vinte e nove pessoas são executadas na noite de 31 de março em dois municípios da Baixada Fluminense. Entre as vítimas, há crianças, adolescentes, mulheres e homens. A chacina é uma retaliação de PMs, intimidados por investigação de envolvimento de agentes da corporação em crimes.
MARÇO DE 2006 - Durante nove dias, soldados do Exército ocuparam 10 favelas do Rio. A operação foi motivada pela busca de 11 armas roubadas de um quartel. Houve combates violentos, esburacando de balas as casas das comunidades. Com a saída dos militares, reapareceram os traficantes.
JUNHO DE 1988 - A Revista Veja, com o título "O Império do Crime", mostrou que o Rio continuava sangrento.
OUTUBRO DE 1994 - O Editorial de 30/10 do Jornal do Brasil fez uma análise contundente da situação do Rio dizendo que as pessoas criticavam a mídia por achar que estava denegrindo a imgem da cidade maravilhosa.
OUTUBRO DE 2002 - Na madrugada do dia 17, um grupo de criminosos ataca a tiros o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Também são alvejados uma delegacia e carros das polícias Militar e Civil. Os bandidos atiram ainda uma granada na entrada de um shopping na Zona Sul.
FEVEREIRO DE 2003 - Na véspera do Carnaval, traficantes espalham terror por 22 bairros do Rio de Janeiro e outras quatro cidades. Três bombas caseiras explodem na Avenida Vieira Souto. Um batalhão e uma cabine da PM são alvos. Em três dias de conflitos, 36 ônibus, oito carros e um caminhão são incendiados.
MARÇO DE 2005 - Vinte e nove pessoas são executadas na noite de 31 de março em dois municípios da Baixada Fluminense. Entre as vítimas, há crianças, adolescentes, mulheres e homens. A chacina é uma retaliação de PMs, intimidados por investigação de envolvimento de agentes da corporação em crimes.
MARÇO DE 2006 - Durante nove dias, soldados do Exército ocuparam 10 favelas do Rio. A operação foi motivada pela busca de 11 armas roubadas de um quartel. Houve combates violentos, esburacando de balas as casas das comunidades. Com a saída dos militares, reapareceram os traficantes.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA
ESTA VERDADEIRA CALAMIDADE PÚBLICA, A GUERRA DO RIO, À DÉCADAS ATERRORIZA E DOMINA AS COMUNIDADES DOS MORROS DO RIO DE JANEIRO. DIANTE DA CEGUEIRA E INÉRCIA E TOLERÂNCIA DOS PODERES INSTITUIDOS QUE REPRESENTAM O ESTADO BRASILEIRO, FACÇÕES SE CRIAM, TORNAM-SE PODEROSAS, ALICIAM CRIANÇAS E SE ARMAM PARA DEFENDER SEUS NEGÓCIOS ILÍCITOS. "É UMA PERVERSÃO DA NORMALIDADE".
TEMOS INSTRUMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA A DEFESA CONTRA ESTE TIPO DE AMEAÇA (ESTADO DE DEFESA), MAS FALTA CORAGEM, ATITUDE E VISÃO DOS GOVERNANTES. SÃO FRACOS, SEPARADOS, CEGOS E TOLERANTES COM A SITUAÇÃO E COM O CRIME QUE SUCATEIAM E DESMORALIZAM SEUS INSTRUMENTOS DE COAÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA. TALVÉZ ESTAS AUTORIDADES ENCONTRAM ABRIGO NA TEORIA DA CHACINA QUE VISLUMBRA UMA CATÁSTROFE DE ENORMES PROPORÇÕES SE OCORRESSE UMA AMPLA INTERVENÇÃO POLICIAL NOS MORROS.
INFELIZMENTE, NOSSOS GOVERNANTES SÓ SE PREOCUPAM COM ASSISTENCIALISMO, BENEVOLÊNCIAS, FARRAS COM DINHEIRO PÚBLICO E ALTOS SALÁRIOS REAJUSTADOS TODO ANO FAZENDO DA MÁQUINA PÚBLICA A MAIS CARA E INOPERANTE DO MUNDO.
NÃO HÁ COMPROMETIMENTO COM OS DIREITOS DO CIDADÃO E COM OS DIREITOS HUMANOS. A EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA ESTÃO SUCATEADAS E HÁ UM DESPREZO PARA COM A ORDEM PÚBLICA, VIDA E PATRIMÔNIO DO CIDADÃO BRASILEIRO. ATÉ QUANDO?
TEMOS INSTRUMENTOS CONSTITUCIONAIS PARA A DEFESA CONTRA ESTE TIPO DE AMEAÇA (ESTADO DE DEFESA), MAS FALTA CORAGEM, ATITUDE E VISÃO DOS GOVERNANTES. SÃO FRACOS, SEPARADOS, CEGOS E TOLERANTES COM A SITUAÇÃO E COM O CRIME QUE SUCATEIAM E DESMORALIZAM SEUS INSTRUMENTOS DE COAÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA. TALVÉZ ESTAS AUTORIDADES ENCONTRAM ABRIGO NA TEORIA DA CHACINA QUE VISLUMBRA UMA CATÁSTROFE DE ENORMES PROPORÇÕES SE OCORRESSE UMA AMPLA INTERVENÇÃO POLICIAL NOS MORROS.
INFELIZMENTE, NOSSOS GOVERNANTES SÓ SE PREOCUPAM COM ASSISTENCIALISMO, BENEVOLÊNCIAS, FARRAS COM DINHEIRO PÚBLICO E ALTOS SALÁRIOS REAJUSTADOS TODO ANO FAZENDO DA MÁQUINA PÚBLICA A MAIS CARA E INOPERANTE DO MUNDO.
NÃO HÁ COMPROMETIMENTO COM OS DIREITOS DO CIDADÃO E COM OS DIREITOS HUMANOS. A EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA ESTÃO SUCATEADAS E HÁ UM DESPREZO PARA COM A ORDEM PÚBLICA, VIDA E PATRIMÔNIO DO CIDADÃO BRASILEIRO. ATÉ QUANDO?
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